quinta-feira, 5 de julho de 2007

Hospitais que tratam cancro são alvo de mudança


Os hospitais com serviços de oncologia vão ser reorganizados numa nova rede, tal como aconteceu com as urgências. O que implicará mudanças nos locais onde os doentes são atendidos, consoante a área de residência e o tipo de patologia. De acordo com o coordenador nacional para as doenças oncológicas, Joaquim Gouveia, a nova rede de referenciação deverá ser feita até ao final do ano e junta também a definição do tempo considerado clinicamente aceitável para um doente esperar por tratamentos ou operações.

Joaquim Gouveia evita falar em encerramentos ou concentração de serviços mas, na prática, será este o resultado do trabalho dos peritos. Até porque "um doente na Cova da Beira tem que ter a mesma qualidade de tratamento que um doente em Lisboa", exemplifica o coordenador, acrescentando que "em saúde, a qualidade depende da quantidade [de doentes atendidos]". Por isso, "um hospital que atende um número reduzido de doentes terá de articular-se com outros para ter um número suficiente que garanta qualidade. Queremos criar serviços de excelência", adianta. Até porque, em doenças graves como o cancro, a qualidade do atendimento tem influência directa nas taxas de sobrevivência.

Além da definição dos locais onde os doentes devem ser tratados, consoante o seu caso clínico, estão já a ser concluídos os protocolos terapêuticos para quatro tipos de cancro: mama, colorrectal, pulmão e próstata. Estes guiam servem para definir os tratamentos que devem ser seguidos em cada caso, e permitem garantir a qualidade dos cuidados, e destinam-se a todos os hospitais que com serviços de oncologia.

A Rede de Referência Integrada em Oncologia pretende também articular os serviços hospitalares com os cuidados continuados e as unidades de dor. A rede será definida pela coordenação nacional para as doenças oncológicas, Direcção-Geral da Saúde, as cinco Administrações Regionais de Saúde e ainda a Administração Central do Sistema de Saúde. Serão ainda definidos tempos de espera clinicamente aceitáveis para cirurgias ou tratamentos de radioterapia ou quimioterapia. "Definimos uma cadeia de prioridades e depois os hospitais terão de se comprometer com isso", afirma.

Espera de meses

Em Março, pela primeira vez, foi feito um levantamento nacional do tempo que um doente com cancro espera para ser operado nos 76 hospitais do Serviço Nacional de Saúde que fazem estas intervenções. Os resultados encontrados estão longe de ser favoráveis. Em alguns hospitais, a definição de cirurgia urgente era, na prática, de sete meses, como o caso de Viseu. Joaquim Gouveia diz que os dados foram agora actualizados e o número de inscritos passou de 4075 em Outubro de 2005 para 3032 em Maio deste ano. Já a média de espera foi reduzida de 4,42 para 2,8 meses enquanto que a mediana (valor do meio entre entre o mínimo e o máximo) passou de 2,37 para 1,27 meses. Como? "Os hospitais perceberam que estávamos a monitorizar e começaram a respeitar as prioridades", diz.O relatório concluiu que 10 hospitais (IPO de Lisboa, Porto e Coimbra, Santa Maria, S. João, Hospitais da Universidade de Coimbra, Garcia de Orta , Curry Cabral e Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental) são responsáveis por 75% dos casos. É nestes que o grupo de trabalho vai agora incidir, visitando as administrações para perceber o que corre mal.|

2 comentários:

Anônimo disse...

Ola Aida, mais um dia que não consegui ir ao msn, é até tarde a lida aqui em casa e o miguel precisa de atenção e eu sempre danada para me chegar ao pé do computador para escrever alguma coisa ou ir falar convosco. Obrigada pela tua mensagem amiga, é tão bom, quando nos dizem " aqui não tem nada".



Esta notícia tb é muito interessante, e é uma boa medida vamos lá a ver como resulta na pratica. Beijinho.Isa.

Anônimo disse...

Olá Aidinha,

Gostei deste artigo é pena que na prática as coisas não funcionem assim tão bem... mas como a esperança é a última a perder, espero que no futuro as coisas venham a melhorar.

Como hoje está um dia Liiiiindo mando beijos para todas