quarta-feira, 23 de maio de 2007

Cá estou eu outra vez

Então é assim. Faz hoje precisamente 9 meses que fiquei em casa com baixa ao fim de 19 anos de trabalho sem nunca parar. Foi muito complicado ficar com baixa, mal imaginava eu como seria prolongada. De qualquer maneira, foi no dia 25 de Agosto que ficamos a saber nas urgências de um hospital da cidade do Porto, que tinha cancro da mama. O Sr.Dr.muito "simpático" e diplomáticamente deu-nos a notícia. O meu marido entrou em pânico, eu nem sabia o que estava a sentir. Era uma sexta-feira, tinha que voltar ao hospital segunda para ser observada por uma médica da especialidade e fazer uma biópsia. Tinha os meus irmãos, o meu filho, um casal de amigos e um batalhão á espera do resultado. Senti o chão a fugir. O meu marido não se controlava e o telemóvel não parava de tocar. Como é que ía dizer áquela gente toda. Como dizer ao meu filho e ao meu pai. A minha mãe tinha falecido á 4 anos com um tumor cerebral. E tumor para eles significava morte. Tinha que ficar para segunda. Consegui embrulhar os meus irmãos e o meu pai. Depois logo se via. Os nossos amigos ficaram connosco sem dizer uma única palavra. O nosso filho olhava para nós e abraçava-nos. Passamos um fim de semana terrível. Veio segunda-feira. E depois de vários exames decidiram internar-me. Entrei em pânico. Como é que ía ver o meu filho? Como é que se diz a um pai (72 anos) que vou ficar internada por causa de um quisto? (foi o que lhe disse que tinha)

Um comentário:

Gatapininha disse...

Olá Aida, desejo-te muita força! Tenho vindo ao teu blog, mas só hoje é que li alguns posts iniciais.
Também eu estou a fazer quimio, fiz o 2º tratamento na sexta e hoje ainda estou um pouco enjoada. Tenho que fazer mais um, depois radio e depois quimio outra vez.
Desde dia 3 de dezembro de 2007, numa mamografia de rotina que descobri o meu nódulo. Fui operada a 2 de Janeiro e os meus pais só souberam no dia a seguir ao 1º tratamento. A minha mãe também tem lutado contra o cancro da mama, o meu pai contra o cancro da próstata e eu nem queria pensar em como lhes dizer que agora também eu tinha esta doença. Não tive coragem de lhes dizer pessoalmente, o meu marido e o meu irmão é que lhes contaram.
Tudo de bom
Sandra